quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Má Partilha 2001



Má Partilha 2001. A JP Vinhos S/A, produtora do vinho em comento, é uma das mais importantes referências do setor dos vinhos em Portugal. Conta hoje com uma significativa área de vinha, mais de 500 hectares, repartidas entre a Península de Setúbal, Alentejo e Ribatejo. Foi precursora na utilização de castas estrangeiras em Portugal, com vinhos tão emblemáticos como o Má Partilha (Merlot) e Cova da Ursa (Chardonnay). Produz ainda vinhos mundialmente famosos como o Quinta da Bacalhôa, Meia Pipa e Cova da Ursa. Segundo dados do produtor este vinho é inteiramente produzido com a casta merlot em solos argilo-calcários de uma vinha localizada nas encostas suaves de Azeitão. A elevada densidade de plantação de vinha, o seu solo e as condições climáticas da zona da Arrábida, permitem a obtenção de uvas desta casta com forte personalidade local. A fermentação parcial em meias-pipas novas de carvalho nacional contribui para a excelente integração dos aromas e sabores da uva e da madeira. A posterior maturação durante cerca de seis meses nas mesmas meias-pipas garante uma complexidade de palato complementar. Este vinho tem um potencial envelhecimento em garrafa de 5 a 15 anos, consoante a colheita. O vinho português pode ser classificado em três níveis de qualidade, os Vinhos de Mesa, que podem ser produzidos em qualquer parte do país e apresentam qualidade inferior; os Vinhos Regionais, que precisam ter obrigatoriamente 85% das uvas nativas da região especificada e alguns até são considerados melhores que muitos DOC. Por não concordarem com as regras impostas, alguns bons produtores preferem rotular seus vinhos como regionais e não como DOC. Os Vinhos de Denominação de Origem Controlada (DOC), que apresentam altíssima qualidade e possuem regras mais restritas em relação às uvas utilizadas, processo de vinificação, teor alcoólico e tempo de envelhecimento. Essa classificação equivale à DOC italiana e à AOC francesa. O vinho em comento é um vinho DOC pois, elaborado com a casta merlot, não se amolda ao rigor da legislação portuguesa, em relação ao vinho regional. Servido a uma temperatura de 16ºc, vemos na taça um líquido cor de terra, com halo marrom claro. Aromas de frutas vermelhas maduras e toques de cacau instigam o olfato, abrindo, posteriormente, a ameixa em calda. Acidez e tanicidade já amoldadas pelo tempo em garrafa tornam este vinho uma bebida equilibrada e agradável, equilibrando-se com o teor alcoólico de 13%. Sabores de baunilha, chocolate meio-amargo e amoras agem com eficácia no paladar. Retrogosto consistente, como longo e aveludado final de boca. Acompanha desde massas com molhos cremosos a pratos a base de carne bovina e ovina, além de queijos de massa semi-dura. Pode ser guardado por mais uns três anos, sem previsão de evolução em garrafa. Trata-se de um vinho já em sua plenitude. À venda em casas do ramo, custa em torno de R$ 130,00.
****

Nenhum comentário: