quarta-feira, 3 de setembro de 2008

João Pato 2005



João Pato Touriga Nacional 2005. Portugal, ao contrário de muitos outros países com tradição de vitivinicultura, tanto do novo quanto do velho mundo, continua a usar muitas de suas uvas autóctones na produção de seus vinhos. Este costume concede uma maior particularidade aos seus vinhos, mantendo seu caráter tradicional e viva a cultura portuguesa. Segundo José Maria Santana: "Portugal parece continuar na contramão da História ao preservar com orgulho suas cepas tradicionais. Antes de ser um defeito, é isso que dá identidade ao vinho português e o diferencia entre os iguais. Há dezenas de uvas tipicamente lusas, cada uma com suas características. Mas a tinta Touriga Nacional cada vez mais espalha suas raízes por todo o país e se firma como a grande casta da terra". Isto é um sinal de manutenção das raízes e valorização da história lusitana. Hoje, a touriga nacional é celebrada em diversas outras regiões portuguesas e está na base de vinhos de qualidade no Dão, Estremadura, Ribatejo, Alenquer, Beiras, Alentejo, Bairrada, Península de Setúbal e até no Algarve. Luis Pato é um dos grandes produtores vinhateiros portugueses. Instalado na região da Bairrada, ao norte de Lisboa e ao sul de Coimbra, a Adega Luis Pato resulta da associação de duas famílias tradicionais da Bairrada, a família Pato e a família Melo Campos. Na Quinta do Ribeirinho, os documentos indicam a produção de vinho desde o século XVIII. A sua atividade de engarrafamento de vinhos iniciou-se nos anos 70 e continua sempre progredindo até os dias de hoje. Os grandes saltos da vinícola se deram em 1984 com o inicio do trabalho a tempo integral, tanto na promoção como na vinificação. Em 1988, com a introdução do conceito de Vinhas Velhas e, em 1995 com o início de Vinhos de Vinha - mostrando a distinção de caráter dos vinhos provenientes de vinhedos diferentes, a introdução da Touriga Nacional como casta melhoradora e a primeira produção de um vinho de videiras não enxertadas, marcaram a evolução dessa empresa. O ano de 1998 foi marcado com a introdução de um vinho branco de VINHA, apoiado na excelência qualitativa da casta BICAL e, em 2001, com a obtenção da melhor colheita da história, proporcionou à vinícola vinhos de excelente qualidade e de grande potencial de guarda. Ao vinho em comento, varietal da casta touriga nacional, com a adição de um pequena parcela da casta baga, uma das preferidas de Luis Pato, o João Pato Touriga Nacional, segundo dados do produtor, é composto com uvas oriundas de vinhedos próprios na região da Bairrada, tratadas com vinificação tradicional, com controle de temperatura e maturação por doze meses em barricas de carvalho francês. Servido a uma temperatura de 17ºc., na taça, vemos um líquido rubi intenso, com halo violáceo. Aromas com notas predominantemente animais, evocando couro e carne crua, misturam-se com harmonia aos de frutas negras maduras. Na boca, taninos com presença marcante harmonizam-se com a acidez pronunciada e teor alcoólico de 13%. Sabores de carne, framboesa e amoras marcam o paladar. Retrogosto marcante com longo e agradável final de boca. Enfim, é um vinho de boa qualidade, representando muito bem a casta touriga nacional, saboroso e corpulento, podendo acompanhar com vigor carnes de ave de criação, peixes de carne vermelha, além de pratos à base de carne de porco. Pode ser guardado por mais uns três anos, sem a perspectiva de evolução em garrafa. Impostado pela Mistral, custa em torno de R$ 45,00. Uma excelente relação qualidade/preço.

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Purple Angel 2006



Purple Angel Carménerè 2006. Novidade no Brasil, importado pela Mistral. Este vinho, produzido por Viña Montes, sob a responsabilidade de Aurélio Montes, um dos mais prestigiados enólogos chilenos, chega com o compromisso de elevar a casta carménerè a um patamar superior de qualidade e desempenho nas taças nacionais. O Purple Angel é o novo vinho top de linha da Viña Montes, ao lado do Folly Syrah e do Montes Alpha M. Com as uvas cultivadas nos campos da região chilena de Apalta, de onde originam diversos outros vinhos de grande estirpe, como os da Casa Lapostole, este vinho foi resultado de anos de pesquisa com a casta carménerè, aonde foi usado o vinho Montes Selección Limitada Carménerè (básico da linha) como um experimento para se chegar a um grau mais alto de especialização e qualificação da casta para elaboração de vinhos de ponta. Realmente a Viña Montes conseguiu um bom produto. Servido a uma temperatura de 17ºc, na taça, vemos um líquido púrpura, com halo violáceo e cristalino. Aromas marcantes de especiarias e frutas silvestres ainda tenras combinam perfeitamente com notas de baunilha e menta. Acidez e tanicidade vivas e ativas reagem com harmonia e equilíbrio ao teor alcoólico de 14%. Sabores de cereja em calda, pimenta vermelha e amoras agradam o paladar. Retrogosto persistente com longo e suave final de boca. É um vinho de muito boa qualidade, corpulento, mas aveludado, muito agradável de se beber. Acompanha com maestria pratos a base de aves de criação, coelho grelhado e massas com molho cremoso. Pode ser guardado por mais uns cinco anos, com previsão de evolução em garrafa. Importado pela Mistral custa em torno de R$ 160,00.

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Fritz Haag 2007



Fritz Haag Brauneberger-Juffer Riesling Kabinett Trocken 2007. O nome é grande e complicado. Mas vinho alemão de estirpe é assim mesmo. Brauneberg é uma pequena cidade - mais para uma vila rural -, na região sudoeste da Alemanha, situada ao lado de Mosel, a setenta quilometros de Luxemburgo (Luxemburgo) e a cento e sessenta quilometros de Estrasburgo, na Alsácia (França). Localizada às margens do rio Mosel, um dos mais importantes da Alemanha, que nasce na França e corta parte da Alemanha, a cidade de Brauneberg tem uma tradição milenar na arte da vitivinicultura, com histórico datado à época do império romano do oriente. Conta a história que no tempo dos romanos estas terras eram conhecidas como Dusemond (em latim "dulcis mons"), ou seja, doces montanhas. Já em 1806 o terroir de Braunenberg foi considerado como de "primeira classe", a única desta classe na divisão de áreas vinícolas na região, naquela época. Um dos mais famosos apreciadores dos vinhos de Braunenberg foi Napoleão Bonaparte, que sempre visitava a região em suas "férias". Nesta pequena e histórica cidade está sediada a vinícola Fritz Haag. De propriedade da família Haag há mais de seiscentos anos, esta vinícola atualmente é administrada por Wilhelm Haag e seu filho Oliver Haag, os quais vêm empreendendo uma verdadeira revolução na arte de vinificar, atualizando os antigos preceitos de seus ancestrais, mas sem perder a tradição e a qualidade de seus vinhos. Com terras nas regiões de Brauneberg-Juffer e Brauneberg-Juffer-Sonnenuhr, a vinícola produz apenas a casta riesling. Seus vinhos, todos brancos - é lógico -, um dos melhores da região do rio Mosel, são divididos entre as classes Riesling (o comum, básico de linha), Riesling Kabinett (o Reserva), Riesling Spätlese (o elaborado com uvas mais amadurecidas de colheita tardia) e o Riesling Auslese (o produzido com uvas botrytizadas), além de diversos outros brancos doces para sobremesa. Ao vinho em comento, um produto da classe Kabinett, servido a uma temperatura de 8ºc, vemos na taça um líquido brilhante, cristalino e licoroso, com coloração pistache translúcido. Aromas de frutas brancas tenras e pedra-de-isqueiro aguçam o olfato. Na boca, um vinho untuoso e refrescante, com boa acidez, que se equilibra com perfeição ao teor alóólico de 12%. Um vinho nitidamente mineral, com sabores de maça verde, lima da pérsia e toques delicados de mel. Retrogosto consistente e persistente, com longo e refrescante final de boca. Por seus méritos, recebeu 92 pontos da revista Wine Spectator para a safra de 2005. Acompanha perfeitamente peixes de carne branca grelhados ou ao forno, queijos suaves, principalmente o chevrè e o brie, e saladas pouco condimentadas. Pode ser guardado por mais uns cinco anos, pois vinhos produzidos com casta riesling são bem resistentes a guarda, mas sem perspectiva de evolução. Importado pela Grand Cru, custa em torno de R$ 120,00.

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Faiveley chardonnay 2004



Faiveley Bourgogne Chardonnay 2004. Fundada em 1825, a vinícola francesa Faiveley, pertencente à família que lhe empresta o nome, possui 120 hectares de vinhedos na região de Côte-D'Or, em Nuits-Saint-Georges, na Borgonha, com predominância da casta pinot noir e algumas parcelas de petit verdot e chardonnay. Produz diversos vinhos, dos mais simples, como o Les Dames Huguettes e Bourgogne Hautes Côte de Nuits, passando por premiers crus, como o Les Saint Georges e o Gevrey Chambertin Chaponnets, aos grand crus Chambertin Clos de Bèze, Musigny e Clos de Vougeot. Quantos aos brancos, elaborados com casta chardonnay, a vinícola produz, entre outros, o Mercurey Domaine de La Croix Jaquelet, o Bourgogne Georges Faiveley, o Macôn Villages e o Bourgogne Joseph Faiveley. Todos vinhos de boa estirpe e excelente relação qualidade/preço. O vinho em comento, orignário de vinhedos genéricos de chardonnay, sem a distinção de uma Apellation Contrôlée, é um branco de categoria Villages, acima dos vin de table e vin de pays e abaixo dos AOC de Apellation Contrôlée e dos premier e grand crus. Na França, é um vinho mediano, destes que se bebe no dia-a-dia. Servido a 8ºc., na taça, um vinho cristalino de coloração amarelo palha. Aromas de rosas e nozes tostadas, misturam-se aos de frutas brancas maduras e baunilha. Na boca, uma bebida com acidez bem suave, com bom corpo e bem equilibrada, com teor alcoólico de 13%. Sabores de compota de pêssegos e frutas secas, com toques de manteiga e mel, evoluindo posteriormente para compota de abacaxi, atigem o paladar de forma suave e agradável. Retrogosto harmônico e longo final de boca. Para os padrões franceses trata-se de um vinho modesto, básico em sua linha, sem muitas pretensões, custando cerca de 10 euros na origem. Todavia, é um branco bem elaborado, oriundo de vinhedos selecionados na região da Borgonha e com estágio em barricas de carvalho francês. Acompanha bem peixes de carne branca e vermelha, massas com molhos cremosos e aves de criação grelhadas, além de queijos de massa-suave como brie e camembert. Importado pela Mistral custa cerca de R$ 78,00.

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Má Partilha 2001



Má Partilha 2001. A JP Vinhos S/A, produtora do vinho em comento, é uma das mais importantes referências do setor dos vinhos em Portugal. Conta hoje com uma significativa área de vinha, mais de 500 hectares, repartidas entre a Península de Setúbal, Alentejo e Ribatejo. Foi precursora na utilização de castas estrangeiras em Portugal, com vinhos tão emblemáticos como o Má Partilha (Merlot) e Cova da Ursa (Chardonnay). Produz ainda vinhos mundialmente famosos como o Quinta da Bacalhôa, Meia Pipa e Cova da Ursa. Segundo dados do produtor este vinho é inteiramente produzido com a casta merlot em solos argilo-calcários de uma vinha localizada nas encostas suaves de Azeitão. A elevada densidade de plantação de vinha, o seu solo e as condições climáticas da zona da Arrábida, permitem a obtenção de uvas desta casta com forte personalidade local. A fermentação parcial em meias-pipas novas de carvalho nacional contribui para a excelente integração dos aromas e sabores da uva e da madeira. A posterior maturação durante cerca de seis meses nas mesmas meias-pipas garante uma complexidade de palato complementar. Este vinho tem um potencial envelhecimento em garrafa de 5 a 15 anos, consoante a colheita. O vinho português pode ser classificado em três níveis de qualidade, os Vinhos de Mesa, que podem ser produzidos em qualquer parte do país e apresentam qualidade inferior; os Vinhos Regionais, que precisam ter obrigatoriamente 85% das uvas nativas da região especificada e alguns até são considerados melhores que muitos DOC. Por não concordarem com as regras impostas, alguns bons produtores preferem rotular seus vinhos como regionais e não como DOC. Os Vinhos de Denominação de Origem Controlada (DOC), que apresentam altíssima qualidade e possuem regras mais restritas em relação às uvas utilizadas, processo de vinificação, teor alcoólico e tempo de envelhecimento. Essa classificação equivale à DOC italiana e à AOC francesa. O vinho em comento é um vinho DOC pois, elaborado com a casta merlot, não se amolda ao rigor da legislação portuguesa, em relação ao vinho regional. Servido a uma temperatura de 16ºc, vemos na taça um líquido cor de terra, com halo marrom claro. Aromas de frutas vermelhas maduras e toques de cacau instigam o olfato, abrindo, posteriormente, a ameixa em calda. Acidez e tanicidade já amoldadas pelo tempo em garrafa tornam este vinho uma bebida equilibrada e agradável, equilibrando-se com o teor alcoólico de 13%. Sabores de baunilha, chocolate meio-amargo e amoras agem com eficácia no paladar. Retrogosto consistente, como longo e aveludado final de boca. Acompanha desde massas com molhos cremosos a pratos a base de carne bovina e ovina, além de queijos de massa semi-dura. Pode ser guardado por mais uns três anos, sem previsão de evolução em garrafa. Trata-se de um vinho já em sua plenitude. À venda em casas do ramo, custa em torno de R$ 130,00.
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Bramare Chardonnay 2004



Bramare Chardonnay 2004. O grande enólogo americano Paul Hobbs se associou ao casal de enólogos argentinos Andrea Marchiori e Luis Barraud e produzem, de um antigo vinhedo, alguns dos melhores vinhos da Argentina. A Bramare produz uma variada gama de vinhos, tendo como bandeira principal de seu portfólio o Bramare Cobos e o Cobos (já comentado neste Blog), vinhos tintos de grande qualidade, sendo dos melhores da Argentina. Servido a uma temperatura de 08ºc, na taça vemos um líquido amarelo palha, brilhante e translúcido. Aromas de frutas brancas maduras com toques de compota de abacaxi aguçam o olfato. Acidez pronunciada e bem equilibrada com o teor alcoólico de 14%. Sabores de pêssego, damasco e caramelo combinam perfeitamente com toques melífluos. Retrogosto persistente, com refrescante e suave final de boca. É um vinho muito elegante, lembrando os borgonhas brancos e alguns poucos chardonnays de estirpe do novo mundo, como o Catena Alta Chardonnay. Acompanha pratos à base de peixes de carne vermelha, aves de criação e queijos como o brie, camembert e chevrè. Importado pela Grand Cru, custa em torno de R$ 130,00.

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Calda Bordaleza 2005



Calda Bordaleza 2003. Produzido nos moldes dos grandes vinhos de Bordeaux, mostra grande classe e potência, tendo sido eleito o "Melhor Vinho da Bairrada" pela Revista de Vinhos, que também elegeu Campolargo como o "Produtor do Ano" em 2006. Trata-se de um tinto de minúscula produção e grande estirpe, combinando concentração, complexidade e elegância com bastante densidade de fruta. Segundo dados do produtor, trata-se de um corte em 47% de merlot, 40% de cabernet sauvignon e 13% em petit verdot. As uvas originam-se de vinhedos localizados na região de Bairrada, próximo do litoral sul de Portugal, com um clima muito parecido de Bordeaux. A Colheita é manual, com rendimento controlado. Durante a vinificação as uvas fermentaram separadamente em pequenos lagares (tipo de cuba tradicional portuguesa), seguindo para as barricas onde continuaram separadas por castas até à fermentação malolática completa. Após, o vinho madurou 10 meses em barricas novas de carvalho de 300 litros de capacidade. Servido a uma temperatura de 18º, na taça vemos um líquido púrpura, com halo rubi. Aromas de frutas silvestres negras ainda tenras, com notas de menta, chocolate meio-amargo e cassis. Tanicidade ainda viva e presente contrasta com a acidez média do vinho, desequilibrando um pouco a bebida. Teor alcoólico de 14%. Sabores de amoras e framboesas com toques sutis de cacau e baunilha. Retrogosto consistente e persistente, mas que deixa ressaltar sua alta tanicidade, com aquela sensação de ausência de saliva. Um vinho muito bom, mas que necessita ainda de uns dois ou três anos em garrafa para amansar os taninos. Mas já se demonstra adequado para consumo. Acompanha pratos à base de carnes gordas grelhadas e queijos de massa dura, como grana-padano e parmesão. Pode ser guardado por mais uns cinco anos, com expectativa de evolução em garrafa. Importado pela Mistral custa em torno de R$ 123,00.

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sexta-feira, 4 de julho de 2008

POST SCRIPTUM 2005



Post Scriptum 2005. Produzido por Prats & Symington. A família Symington produz Vinho do Porto desde 1882 e possui algumas das marcas de maior prestígio no setor: Dow's, Graham's, Warre's e Quinta do Vesúvio, todas especializadas na produção de Portos Vintage. Para quem conhece vinhos do porto, sabe que estas marcas estão entre as dez melhores do mundo. Bruno Prats, por sua vez, é um dos enólogos de maior prestígio em bordeaux, na França, e o antigo proprietário do Château Cos d'Estournel. (Atualmente produz vinhos no Chile, na Viña Aquitânia, em sociedade com Paul Pontallier e Felipe de Solminihac, aonde adquiriram, em 1990, no Vale do Maipo, próximo à cidade de Santiago, um lote 43 hectares de terras aos pés da Cordilheira dos Andes, aonde fundaram o Domaine Paul Bruno. Depois de algum tempo, uniu-se a eles Ghislain de Montgolfier, importante enólogo da região de Champagne, produzindo os bons vinhos da linha Aquitânia, Sol de Sol e o emblemático Lazuli). Em 1998, estas duas famílias resolveram unir-se num projeto para criar um vinho tinto do mais elevado nível no Douro, pois estavam convictas que o essa região reunia condições ideais para produzir vinho tinto de grande qualidade e distinção. Em 1999 elaboraram alguns lotes experimentais de forma a identificar as castas mais indicadas e avaliar o potencial de qualidade. O Chryseia 2000 foi o primeiro vinho lançado. Tendo em conta as condições climáticas que caracterizaram o ano de 2002, a Prats & Symington decidiu não produzir o Chryseia neste ano. No entanto, foi lançado um lote menor de um vinho com um estilo que apela a um consumo mais imediato, que foi batizado Post Scriptum. Este lote, produzido a partir dos mesmos vinhedos que fornecem uvas ao já prestigiado Chryseia, foi elaborado utilizando o clássico método de vinificação bordalês. Assim, o Post Scriptum é o segundo vinho de Chryseia (este, produzido apenas em safras excepcionais). Destarte, o Post Scriptum, que tem um papel complementar do Chryseia, é produzido num estilo mais precoce, para beber mais cedo, mantendo no entanto, o potencial de envelhecimento. As uvas que deram origem ao Post Scriptum 2005 são essencialmente provenientes da Quinta da Perdiz, adquirida pela Prats & Symington antes da vindima de 2004. O Post Scriptum 2005 foi elaborado a partir de uma seleção de uvas provenientes da Quinta da Vila Velha, Quinta do Bomfim e Quinta da Perdiz e são elas: Touriga Franca 40%, Touriga Nacional 30%, Tinta Barroca 20% e Tinto Cão 10%. A vinificação ocorre no moderno centro de vinificação da família Symington na Quinta do Sol. As uvas foram rigorosamente seleccionadas manualmente, antes da fermentação em pequenas cubas de aço inox com maceração pelicular prolongada. A temperatura foi controlada entre 26 e 27ºC. Envelhecimento de 9 meses em barricas de carvalho francês de segundo ano, com capacidade de 350 a 400 litros. Ao vinho em comento, aberto a exatos 18ºc, na taça, temos um vinho de cor roxa escura, opaco e untuoso. Seus aromas remetem a frutas negras silvestres, cassis, mirtilo e groselha preta. Na boca, um vinho sofisticado, macio, com acidez e tanicidade temperadas, domando sua potência. Equilibrado, tem teor alcoólico de 13,5%. Retrogosto consistente e longo, com fundo de boca suave. Todavia, é uma bebida que deve ser aberta e decantada por cerca de uma hora, para que seus aromas e flavores se afinem. Enfim, um excelente vinho, já pronto para consumo, mas que pode ser guardado por mais uns seis anos. Referência de vinho fino de mesa da região do Douro, o Post Scriptum foi avaliado por: Robert Parker com 90 pontos (05), Wine Enthusiast com 89 pontos e Revue du Vin de France com 15,5/20, notas estas que demonstram todo o seu poder e qualidade. Importado pela Mistral, custa em torno de R$ 80,00.

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SASSOALORO IGT 2004



Sassoalloro IGT 2004. Oriundo da região da Toscana, Itália, este excelente tinto é produzido pelo Castello di Montepó, de propriedade de Jácomo Biondi Santi, conhecido por ser da família precussora e um dos melhores produtores dos famosos e caríssimos Brunelo de Montalcino, feito com a casta nebbiolo, a mesma que é usada nos também famosos Barolo. Produz ainda os vinhos Montepaone e Schidione. Jácomo Biondi Santi é também conhecido por continuar produzindo seus Brunelo de Montalcino da forma tradicional como é feita há mais de cem anos, mesmo indo contra as tendências ditadas pelo mercado norte-americano e Robert Parker. Com um produtor desta estirpe, não é para menos que o vinho em comento seja realmente especial. Produzido 100% com a casta sangiovese, a mesma dos chianti, o Sassoaloro possui características bem peculiares dos bons vinhos italianos: são os melhores companheiros de uma boa refeição. Para que se perceba isto, basta tomar um gole do vinho antes e outro gole depois de comer uma carne grelhada ou mesmo uma pasta ao sugo. As sensações são completamente diferentes: o vinho se abre e esbanja todo seu poder organoléptico após a ingestão do alimento. Segundo dados do produtor, as uvas são oriundas de vinhedos localizados sobre as colinas de argila Galestro, muito típicas da Toscana. Vinificação em tanques de aço com controle de temperatura (20/22°C) para manter ao máximo o frescor e dar um toque floral ao vinho. Fermentação malolática completa. Maturação em barricas de carvalho francês por 14 meses e estagio de 6 meses em garrafa antes de ser comercializado. Aberta a garrafa, temos um líquido rubi brilhante e denso. Seus aromas, com notas florais, evocam também frutas vermelhas maduras. Na boca, um vinho muito equilibrado, com acidez e tanicidade moderadas e macias, mas sem deixar perder sua potência. Teor alcoólico de 13,5%. Sabores marcantes e frutados. Como sói acontecer com os bons e tradicionais vinhos italianos, os sabores se alteram de acordo com a refeição que acompanham, no escopo de harmonizar-se perfeitamente com o prato. E nisto está a magia e o segredo dos grandes vinhos da Italía. Retrogosto intenso e consistente, com longo e suave final de boca. Importado pela Mistral, custa em torno de R$ 130,00.

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DAUMAS GASSAC 2005



Mas Daumas Gassac Rouge 2005. Vinho produzido pela vinícola francesa Mas de Daumas Gassac, localizada na região de Languedoc Roussillon, no sul da França, e criado pelo enólogo Emile Peynaud no final da década de 70. Já foi chamado de "excepcional" por Robert Parker. Segundo dados do produtor, o vinho em tela, é elaborado com um corte inusitado de cabernet sauvignon em 80% e outras 10 uvas diferentes em 20%. As frutas utilizadas são oriundas de vinhedos selecionados na região do Languedoc Roussillon de baixos rendimentos (37hl/ha), sendo colhidas manualmente. Vinificação clássica, com longa fermentação. Matura de 12 a 16 meses em barricas de carvalho francês usadas. Servido a uma temperatura de 18ºc., na taça, vemos um líquido púrpura intenso e brilhante. Halo violáceo. Seus aromas remetem a frutas silvestres vermelhas bem maduras, com notas de tabaco e carne. Na boca, acidez e tanicidade moderadas, com bom corpo e estrutura correta. Teor alcoólico de 13,5%. Sabores achocolatados misturam-se no paladar com amora e framboesa. Retrogosto suave com ligeiro final de boca. É um vinho carnudo e untuoso, ainda jovem, mas bem equilibrado. Pouco potente, em que pese contar com 80% de cabernet sauvignon em seu corte. Todavia, acompanha com louvor carnes vermelhas assadas, pratos com molhos encorpados e queijos de massa dura como grana-padano e parmesão. É um vinho que pode ser guardado por pouco mais de dez anos, com evolução em garrafa. Importado pela Mistral, custa em torno de R$ 150,00.

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MALAMADO 2002



Malamado 2002. Ontem, tive a oportunidade de provar bons vinhos. Um deles foi o pouco conhecido Malamado 2002. Malamado, segundo seu produtor, Pepe Zuccardi, é a sigla de Malbec a la manera de OPorto. Trata-se de um vinho produzido com a casta malbec, à moda do Porto, ou seja, no decorrer de sua produção, durante o processo de fermentação, é adicionada no vinho uma parte de aguardente vínica, que corta a fermentação em um determinado momento em que ainda há maior quantidade de açucares da uva no mosto, fortificando-se o vinho. Assim, como resultado, obtêm-se um vinho (tinto ou branco) adocicado e com um teor alcoólico mais alto (por volta de 18ºc a 19ºc). Indicado para ser servido na companhia de sobremesa ou sorvido como aperitivo. E o vinho, realmente, é bom mesmo. Na taça, temos um líquido de coloração rubi intensa, opaco e denso. Aromas de frutas negras e maduras envolvem o olfato. Na boca, um vinho doce (um pouco mais doce que o vinho do porto), licoroso, untuoso, com pouca acidez e tanicidade, mas razoavelmente equilibrado. Sabores pronunciados de mirtilo e cassis, acompanham a canela. Um tanto abaunilhado. Retrogosto muito consistente com longo final de boca. Um vinho de boa qualidade, mas que, ao meu ver, não alcança os legítimos portos. Todavia, o Malamado certamente não foi produzido para ombrear o porto, mas sim como uma proposta sul-americana de um bom vinho adocicado para sobremesa. E realmente é bom. A Família Zuccardi levou para sua bodega argentina, duas medalhas no concurso "Malbec al Mundo". Uma das medalhas, de ouro, foi para o Malamado 2002. Este vinho concorreu com amostras de 80 produtores do Chile, Argentina e Estados Unidos. O concurso foi realizado no VINOBLE (Salão dos vinhos nobres) na cidade espanhola Jerez de La Frontera entre os dias 28 e 30 de Maio de 2006. Enfim, um bom vinho, perfeito para acompanhar compotas de frutas, doces leves ou cremosos e, também, para aperitivo. Importado pela Expand, custa em torno de R$ 65,00.

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ANGÉLICA ZAPATA 2003



Angélica Zapata Cabernet Sauvignon 2003. Angélica Zapata é o nome da mãe de Nicolás Catena Zapata. Esta homenagem a sua mãe não poderia ser melhor, partindo-se de um enólogo, um dos melhores do mundo, diga-se, ao imortalizar o nome de sua mãe em um rótulo de excelente qualidade. E o vinho em comento não poderia estar aquém desta homenagem. O Angélica Zapata Cabernet Sauvignon é um vinho produzido com 100% da casta cabernet sauvignon e praticamente destinado ao mercado interno da Argentina. Todavia, algumas garrafas são importadas com exclusividade pela Mistral para o Brasil. Este vinho, nitidamente varietal, encontra-se uns pontos acima do Catena Cabernet Sauvignon, outro ótimo varietal da casa vinhateira, já avaliado neste Blog. Segundo dados do produtor, as uvas empregadas na elaboração deste vinho são oriundas do Viñedo Uxmal, situado à 940 metros de altura, no distrito de Agrello, no departamento de Luján de Cuyo, em Mendoza. As uvas são desengaçadas e fermentadas em cubas de aço inoxidável por 10 dias e 32 dias de maceração. Fermentação malolática completa. Após, segue-se uma maturação em barricas (63% novas) de carvalho francês (65%) e americano (35%), por 12 meses. Servido a uma temperatura de 18ºc., na taça, vemos um líquido de coloração roxa intensa com halo violáceo. Aromas de futras negras maduras e especiarias, notadamente pimenta seca, misturadas ao tabaco, invadem o olfato, com notas florais intensas e muito agradáveis, que se afloram logo após servida a bebida. Na boca, um vinho com bom corpo, melífluo e agradável. Acidez e tanicidade potentes, mas sem exageros. Teor alcoólico de 14%. Sabores de groselhas negras, baunilha e leve pimenta vermelha atiçam o paladar com vigor. Retrogosto consistente e final de boca duradouro e macio. Enfim, é um vinho muito agradável de se beber, equilibrado e que acompanha com louvor carnes vermelhas grelhadas, carneiro ensopado, carnes de caça e queijos de massa semi-dura como gouda, emmenthal e gruyère. Pela sua qualidade, pode ser guardado por mais uns cinco anos, para evolução em garrafa. Importado pela Mistral, custa em torno de R$ 70,00.
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SALTON TALENTO 2004



Salton Talento 2004. Produzido pela quase centenária (foi fundada em 1910) Vinícola Salton, situada no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves/RS, este vinho é elaborado com as castas cabernet sauvignon em 60%, merlot em 30% e tannat em 10%. Segundo dados do produtor, a colheita das uvas é feita de forma manual com seleção do vinhedo, cachos e grãos. O suco das uvas é fermentado e macerado a baixa temperatura durante 20 dias (maceração peculiar pré-fermentativa a baixa temperatura). Depois disso, o vinho é levado para barricas de carvalho francês novas onde permanece por 12 meses. Após engarrafado, estagia durante 12 meses na garrafa. Um vinho feito com todo capricho e com um bom corte, só pode ser um dos melhores do Brasil. Na degustação anual de tintos realizada por sommeliers de São Paulo no início de 2008, o Salton Talento ficou em 13º lugar em trinta dos melhores vinhos nacionais, sendo que o Salton Desejo ficou em 2º lugar. Servido a uma temperatura de 18º, conforme recomendado pelo produtor, na taça temos um vinho de coloração rubi intensa, com halo violáceo e brilhante. Seus aromas, um tanto florais, lembram frutas vermelhas maduras e baunilha, seguidas de notas de tabaco. Na boca, um vinho musculoso, ainda jovem, bem estruturado. Acidez moderada, mas com taninos ainda agressivos (talvez por causa da tannat). Teor alcoólico na casa dos 14%. Retrogosto consistente e longo final de boca. Talvez, com mais uns dois anos em garrafa possa evoluir e amaciar os taninos. Todavia, beba-o até 2010. Enfim, um vinho de muito boa qualidade, produzido com tecnologia e capricho por uma das melhores vinícolas do país. Acompanha muito bem carnes vermelhas grelhadas, massas com molho de tomate e outros pratos à base de aves. Comercializado pela Salton, é encontrado com facilidade nos supermercados e casas do ramo ao valor médio de R$ 70,00.
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SALTON DESEJO 2004






Salton Desejo Merlot 2004. Aproveitei a oportunidade e resolvi degustar os vinhos Top de linha da Vinícola Salton. O Salton Talento 2004, foi comentado antes. Agora, tratemos do condecorado Salton Desejo Merlot 2004. Produzido pela Vinícola Salton, baseada no Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves/RS, este vinho, elaborado com a casta merlot, é originado de uvas que sofreram maceração e fermentação a baixa temperatura durante 15 dias (maceração pelicular pré-fermentativa a baixa temperatura), tendo permanecido durante 12 meses 50% do vinho em bordalesas de carvalho francesas meio tostadas e os outros 50% em bordalesas de carvalho norte-americanas meio tostadas e novas. Depois de engarrafado permaneceu 12 meses amadurecendo na garrafa. Realmente uma produção digna dos grandes vinhos europeus. E isto valeu a pena. Foi premiado na EXPOVINIS de 2008 como o melhor tinto nacional e, na degustação anual de tintos realizada por sommeliers de São Paulo no início de 2008, o Salton Desejo ficou em 2º lugar em trinta dos melhores vinhos nacionais. Servido a uma temperaturade 18º, conforme recomendado pelo produtor, na taça temos um vinho de coloração rubi, quase vermelha, com halo violáceo e brilhante. Seus aromas evocam frutas vermelhas maduras, baunilha e pimenta seca, seguidas de notas de tabaco novo. Na boca, um vinho de bom corpo e bem estruturado. Acidez e tanicidade moderadas. Teor alcoólico na casa dos 14%. Retrogosto consistente e longo final de boca. Enfim, um vinho de muito boa qualidade, realmente um dos melhores do Brasil, produzido com tecnologia e capricho por uma das melhores vinícolas do país. Acompanha muito bem carnes vermelhas grelhadas, carne de caça e queijos de massa semi-dura. Comercializado pela Salton, é encontrado com facilidade nos supermercados e casas do ramo ao valor médio de R$ 70,00. O mesmo preço do Salton Talento.

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

FAIVELEY MERCUREY 2003



Faiveley Mercurey Domaine de la Croix Jaquelet 2003. Fundada em 1825, a vinícola francesa Faiveley, pertencente à família que lhe empresta o nome, possui 120 hectares de vinhedos na região de Côte-D'Or, em Nuits-Saint-Georges, na Borgonha, com predominância da casta pinot noir e algumas parcelas de petit verdot e chardonnay. Produz diversos vinhos, dos mais simples, como o Les Dames Huguettes e Bourgogne Hautes Côte de Nuits, passando por premiers crus, como o Les Saint Georges e o Gevrey Chambertin Chaponnets, aos grand crus Chambertin Clos de Bèze, Musigny e Clos de Vougeot. Todos vinhos de boa estirpe e excelente relação qualidade/preço. O vinho em comento, orignário de vinhedos do Domaine de La Croix Jaquelet, na Apellation Mercurey Contrôlée, logicamente um varietal pinot noir, é um tinto de categoria AOC (apellation d'origine contrôlée), acima dos vin de table e vin de pays e abaixo dos premiers crus. Na França, é um vinho mediano. Servido a 18ºc., na taça, um vinho de coloração violeta escura e opaca. Aromas de rosas e nozes tostadas, misturam-se aos de frutas vermelhas silvestres e baunilha. Na boca, uma bebida com acidez e tanicidade bem suaves, com bom corpo e bem equilibrada, com teor alcoólico de 13%. Sabores de framboesa e frutas secas atigem o paladar de forma agradável. Retrogosto suave e longo final de boca. Para os padrões franceses trata-se de um vinho modesto, básico em sua linha, sem muitas pretensões, custando cerca de 10 euros na origem. Todavia, é um tinto bem elaborado, oriundo de vinhedos selecionados na AOC de Mercurey e com estágio em barricas de carvalho. Acompanha bem peixes de carne vermelha, massas com molhos cremosos e aves de criação, além de queijos de massa-suave como brie e camembert. Importado pela Mistral custa cerca de R$ 75,00.
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